Ludoterapia Centrada na Criança no Cenário da COVID-19 no Brasil: Apontamentos e Reflexões

Resumo

As proposições teóricas de Virginia Mae Axline são referências importantes desde a década de 1940. Axline estudou e trabalhou com Carl Rogers, criador da Abordagem Centrada na Pessoa. Mesmo que a teoria de Rogers tenha se modificado, não se reconhece as modificações do atendimento com crianças nesse referencial. Em contexto brasileiro, sinaliza-se que as pesquisas teóricas e práticas acerca do atendimento psicoterápico com crianças no Brasil ainda apresentam, como principal fundamento, a teoria da ludoterapia não-diretiva. Coloca-se em questão o quanto e como a prática clínica com crianças na ACP tem se desenvolvido no Brasil. Somado isso, desde 2020, o mundo tem vivido as consequências de uma pandemia causada pela COVID-19, com efeitos significativos, especialmente para as crianças. Este estudo objetivou discutir como a Ludoterapia Centrada na Criança tem sido desenvolvida teórica e interventivamente no Brasil na atualidade. A metodologia foi de natureza qualitativa. Foi realizada uma revisão narrativa de literatura, por meio de pesquisa na Biblioteca Virtual de Saúde no período de 2017 a 2022. Foram selecionados 4 estudos. Os eixos temáticos prevalentes foram a discussão ética da ludoterapia centrada na criança com fundamentação na filosofia de Emmanuel Lévinas; a proposta de um estilo de clínica com crianças inspirada na filosofia de Lévinas; a inexistência de estudos no contexto da pandemia de COVID-19. Verifica-se a necessidade de desenvolvimento de pesquisas teóricas que tragam apontamento metodológicos para o cenário brasileiro. Ressalta-se a necessidade de desenvolvimento de pesquisas empíricas.