Experiência De Doença E Estoque De Conhecimento No Enfrentamento Do Diagnóstico Psiquiátrico
DOI:
https://doi.org/10.62506/phs.v1i2.34Palavras-chave:
Transtorno Mental, Experiência, Enfrentamento, Psicopatologia, Sociologia FenomenológicaResumo
Com a acumulação de experiências adquiridas junto ao mundo da vida cotidiana, a todo o momento, fica à disposição de cada pessoa um estoque de conhecimento que permite que ela opere sobre o mundo. Todas as experiências vividas são acrescidas ao estoque de conhecimento, o que faz com que este exista enquanto um fluxo contínuo que se transforma de acordo com a experiência atual. Se agimos referenciados por um estoque de conhecimento em todos as experiências, assim também o fazemos na experiência de adoecimento: quando a pessoa se descobre em uma situação de sofrimento é a este estoque que ela recorre para compreender, significar e cuidar da sua enfermidade. Nesta investigação fenomenológica, pesquisamos junto a pessoas com diagnóstico de transtorno mental como elas enfrentavam à doença. Foram realizadas 20 entrevistas em profundidade, com pessoas de ambos os sexos, com idades entre 19 e 59 anos e diferentes diagnósticos psiquiátricos, que estavam em atendimento em um Centro de Atenção Psicossocial na região metropolitana de Curitiba. Ao mobilizarem suas experiências prévias e estoque de conhecimento, identificamos que as seguintes estratégias e fatores de proteção foram usados no enfrentamento da doença: auto-observação, isolamento, arte, laços afetivos, organização/rotina e lazer
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