Sentir o invisível: em torno da presentificação da Vida
DOI:
https://doi.org/10.62506/phs.v6i2.254Palavras-chave:
invisível; afetividade; sensibilidade; Vida.Resumo
O artigo apresenta a pretensão de aprofundar a temática da invisibilidade e da afetividade trazendo o diálogo entre Merleau-Ponty e Michel Henry, na busca de compreender como a Vida henryana poderá se manifestar a partir da uma releitura do quiasma visível-invisível merleau-pontyano. Nossa leitura para essa tese se fará a partir do entendimento sobre a afetividade henryana e uma interpretação ontológica da sensibilidade no trabalho que Merleau-Ponty vinha construindo no O visível e o invisível, a fim de elencarmos pontos possíveis de continuidade à sua obra, e para questionar um invisível que pudesse ser compreendido como impulso afetivo que realiza uma atividade na passividade da consciência. Uma vez que a Vida é pura imanência em Michel Henry e o âmbito do Sensível em Merleau-Ponty, sugerimos uma alternativa que não custasse a relação originária com o mundo nem que falhasse na apreensão concreta do sujeito, mas que possibilite um movimento dialético entre imanência e transcendência, que impulsionado pelo invisível que nos afeta, dá sentido à Vida manifesta.
Referências
Barbaras, R. (2011). Investigações fenomenológicas: em direção a uma fenomenologia da vida. Curitiba, PR: UFPR.
Barbaras, R. (1998). Le tournant de l’expérience: recherches sur la philosophie de Merleau-Ponty. Paris: Vrin.
Barbaras, R. (2019). O pertencimento: em direção a uma fenomenologia da carne. Phenomenological Studies - Revista da Abordagem Gestáltica - XXV (2) - 117-123.
Furlan, R. (2011) Carne ou Afecto: fronteiras entre Merleau-Ponty e Deleuze-Guattari. In: doispontos, Curitiba, São Carlos, vol. 8, n. 2, p. 99-130.
Furtado, J. L. (2008). A filosofia de Michel Henry: uma crítica fenomenológica da fenomenologia. Dissertatio, p. 231-249.
Grzibowski, S. (2017) Fenomenologia do corpo em Michel Henry: uma leitura a partir da imanência subjetiva. Voluntas – Revista Internacional de Filosofia: Santa Maria, v.10, n.1, p. 53-61.
Henry, M. (2004) Auto-donation. Entretiens et conferences: Paris Beauchesne.
Henry, M. (2003). De la Phénoménologie. Tome I, Phénoménologie de la vie. Paris: PUF.
Henry, M. (2000/2014). Encarnação: uma filosofia da carne. Trad. Carlos Nougué. São Paulo: É Realizações Editora.
Henry, M. (1975/2012). Filosofia e Fenomenologia do corpo: ensaio sobre a ontologia Biraniana. São Paulo: É realizações.
Henry, M. (1963/2003). L’Essence de la manifestacion. Paris: PUF.
Henry, M. (1990/2008). Material Phenomenology. Nova York: Fordham University Press.
Janicaud, D. (2009) Le tournant théologique de la phénoménologie française, Editions de l’Eclat, Paris, p. 41-66.
Júnior, N. R. (2017) Sensibilidade e Carnalidade: entre Michel Henry e Merleau-Ponty. In: Colóquio Internacional Michel Henry. Lisboa: Universidade Católica Editora, p. 164-188.
Merleau-Ponty, M. (1995) La Nature: Notes de cours du Collège de France, 1956-1960. Editions du Seuil: Paris.
Merleau-Ponty, M. (1964/2001). Le visible et l’invisible. Paris: Gallimard.
Merleau-Ponty, M. (2003). L’institution, la passivité. Notes de cours au Collège de France, 1954-1955. Paris: Belin.
Merleau-Ponty, M. (1945/1972). Phénoménologie de la perception. Paris: Gallimard.
Merleau-Ponty, M. (1960/1991) Signos. Trad. Maria Ermantina Galvao Gomes Pereira. São Paulo: Martins Fontes.
Moutinho, L. D. S. (2004). O invisível como negativo do visível: A grandeza negativa em Merleau-Ponty. Trans/Form/Ação: São Paulo, p. 7-18.
Nitsche, M. (2020). The Invisible and the Hidden within the Phenomenological Situation of Appearing. Open Theology, p. 547–556.
Praseres, J. S. (2017) Filosofia do corpo e fenomenologia da carne em Michel Henry. Intuito: Porto Alegre, v.10, n.2, p. 86-95.
Revel, J. (2015) Foucault avec Merleau-Ponty: ontologie politique, présentisme et histoire. Paris: Vrin.
SARTRE, J.-P. (1943/2011). O ser e o nada: ensaio de ontologia fenomenológica. 20. ed. Petrópolis: Vozes.
Silva, C. A. F. (2016). Do cogito tácito à carne: Merleau-Ponty e a “sucessão” do “sujeito”. Educação e Filosofia, v. 30, n. Especial, p. 87-114.
Zahavi, D. (1999). Michel Henry and the Phenomenology of the Invisible. Continental Philosophy Review, p. 223–240.