CONTRIBUTOS DE LUDWIG BINSWANGER PARA UMA ANTROPOLOGIA FENOMENOLÓGICA
DOI:
https://doi.org/10.62506/phs.v2i3.137Palavras-chave:
Binswanger, Fenomenologia, Ser-no-mundo, Normal e Anormal, Espacialização, TemporalizaçãoResumo
A relação de Ludwig Binswanger com a fenomenologia pode ser descrita como consistindo numa aproximação inicial ao pensamento de Husserl, seguida de um afastamento parcial em resultado de um contacto como pensamento de Martin Heidegger, e uma reaproximação final. Neste longo trajecto, de mais de 45 anos, duas ideias permaneceram constantes: 1) a fenomenologia liberta o olhar do psicoterapeuta, permitindo-lhe observar domínios da realidade humana que a conceptualização própria da psiquiatria “oficial” tende a ocultar; 2) a fenomenologia permite situar o homem no mundo e compreender o sentido das experiências vividas desse mesmo mundo. Nesta ordem de ideias, propomo-nos, neste artigo, mostrar de que modo, para Binswanger, numa psicopatologia fenomenológica, a psique humana é encarada como o lugar de uma tarefa permanente, que impede que se estabeleçam fronteiras rígidas entre o normal e o patológico: a saber, a tarefa de se reestruturar para lidar com a realidade, combatendo as forças de desagregação que a ameaçam, tanto vindas do mundo, como do interior de si mesma.
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