Epistemologia Fenomenológico-Psicológica: Identidade Narrativa e Psicoterapia
DOI:
https://doi.org/10.62506/phs.v3i2.136Palavras-chave:
Modernidade, Identidade, Narrativa, PsicoterapiaResumo
O presente artigo visa a discutir os paradigmas do pensamento moderno na psicologia e a possibilidade de uma nova compreensão, perpassando os horizontes da hermenêutica filosófica de Paul Ricoeur. Paradigmas são como modelos para determinada prática científica em dado momento histórico. Baseando-se no movimento de um novo paradigma para a psicologia, indo para além das epistemologias lastreadas nas ciências naturais, vislumbra-se a identidade narrativa como base epistemológica, como um caminho na psicologia da perspectiva da psicoterapia. O pensamento moderno, com suas múltiplas contribuições para as ciências, pode se tornar uma visão de mundo obsoleta, diante da complexidade descortinada pelo pensamento novo paradigmático nos tempos contemporâneos. Nesta perspectiva, a psicologia é convidada a ampliar seus horizontes para outros caminhos, capazes de responderem aos desafios impostos pelas concepções de subjetividade vigentes. É nessa linha de raciocínio que a identidade narrativa pode ser uma possibilidade para abordagens psicoterapêuticas.
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