O Menino Que Passeava
Uma Proposta Terapêutica Sob O Olhar Fenomenológico-Existencial
DOI:
https://doi.org/10.62506/phs.v3i1.101Palavras-chave:
Psicologia, Fenomenologia, Saúde Mental, Saúde PúblicaResumo
O artigo visa realizar uma análise fenomenológica-existencial a respeito de uma proposta terapêutica realizada entre 2019-2020 em um CAPS Infantojuvenil, cujo foco seria a realização de caminhadas, sugerida pelo próprio paciente, ao longo dos arredores de seu bairro. A partir daqui, vislumbra-se discutir a aliança possível entre a prática em Saúde Mental e a clínica fenomenológica-existencial – tendo como base autores como Merleau-Ponty, Heidegger, Augras e Feijoo – enquanto uma potente vertente a ser utilizada dentro deste campo de atuação e dentro do prisma de vazão às nuances do indivíduo em meio ao seu horizonte vivencial, sem precisar indicar concepções prévias sobre o que é o homem, uma vez que é ele, em sua relação única com o mundo, que despontará como si mesmo, clareando os passos de seu caminho. Busca-se ainda utilizar algumas obras do quadrinista Jiro Taniguchi para auxiliar nas discussões relacionadas às experiências vivenciadas pelo paciente durante as caminhadas, sendo tais quadrinhos uma ilustração fecunda sobre os possíveis benefícios que o hábito de passear pode acarretar, culminando nas reflexões sobre a sensação de leveza vital que esta prática nos proporciona e sobre as transformações que podem incidir sobre o sujeito em meio às percepções deste horizonte existencial.