A liberdade vivida e a liberdade moral na consciência infantil
DOI:
https://doi.org/10.62506/phs.v2i1.79Palavras-chave:
Tradução de Texto Cla´ssicoResumo
"Nenhuma palavra tem tanto o dom de desviar o espírito humano do cansaço do trabalho, das preocupações, da contingência das relações apaixonadas, de todo egoísmo e de toda mesquinharia quanto a palavra liberdade. Seu poder mágico é tão grande que seu desejo ardente não é um apelo à uma noção bem definida, mas abre
uma porta que nos leva a outro ambiente. Em nome da liberdade, fizeram-se os sacrifícios mais sublimes e se cometeram as injustiças mais revoltantes. Ninguém sabe exatamente o que é ela, mas todos a consideram como um bem soberano. A história da humanidade e a de cada ser humano em particular são exclusivamente determinadas pela sua relação com a liberdade.
Quando Bergson declara:“A liberdade é um fato, e dentre os fatos que se observa, não existe nenhum mais claro”, a palavra “claro” não indica aqui a clareza de um pensamento intelectual, mas a de um céu sem nuvens. É a percepção da espiritualidade pura, que não se deixa apreender nem se fixar por nenhuma noção. Entretanto, se a liberdade é o bem soberano, dignidade do ser humano, seu último destino, entenderemos facilmente que todo educador deve necessariamente se perguntar como ele deve fazer para envolver a criança nesse bem supremo. Os propósitos e os ideais da pedagogia podem mudar, mas a tendência de dar ao ser humano sua forma mais nobre permanece invariável. Isso significa que tendemos a oferecer a ele uma existência livre. No entanto, se nós ignorarmos as condições que devem ser cumpridas para alcançar a verdadeira liberdade, a liberdade moral, a ética e o tocante da educação estão ameaçados de perderem a força que os impulsiona. Para conhecer a natureza geral e fundamental dessas condições, é necessário examinar o desenvolvimento da consciência da liberdade na criança. É por isso que eu me permito chamar atenção sobre a relação da liberdade vivida e a liberdade moral."...