Elementos Para Uma Crítica A Husserl
DOI:
https://doi.org/10.62506/phs.v1i3.68Palavras-chave:
Texto ClássicoResumo
O manuscrito original deste texto ainda inédito se encontra no acervo do Arquivo-Fink, o qual faz parte do Arquivo Central da Universidade de Freiburg im Breisgau, e consiste em 20 páginas escritas a máquin (com algumas correções a mão, com caneta preta), coletadas em um envelope com a inscrição: “Elementos para uma crítica a Husserl (primavera de 1940)”. A numeração das teses (sendo ao todo cinquenta e cinco) foi feita pelo próprio Fink. Como consta já nas primeiras linhas do manuscrito, elas foram formuladas originalmente nos primeiros meses do ano de 1940, a partir de várias anotações preparatórias para um trabalho mais amplo, o qual seria intitulado Tratado sobre a pesquisa fenomenológica. O manuscrito referente a esse trabalho, no entanto, foi perdido em função da eclosão da Segunda Grande Guerra, e somente algumas anotações e esboços, reproduzidos nas primeiras cinco páginas do texto que ora se apresenta ao leitor brasileiro, puderam ser conservados. O Tratado – como Fink se referia ao trabalho dedicado à pesquisa fenomenológica – traria, por um lado, o resultado mais abrangente do profundo e ao mesmo tempo atribulado confronto crítico com a herança da fenomenologia husserliana após a morte do Husserl (em 1938) e, por outro, a realização concreta daquela exigência filosófica fundamental, expressa com clareza na tese Nr. 3: “a recondução da pesquisa fenomenológica à filosofia”. O Tratado representaria, portanto, um dos primeiros projetos filosóficos autônomos de Fink, então desobrigado do vínculo de colaboração com Husserl e, nesse sentido, de um inevitável comprometimento com os planos deste para a fenomenologia. Embora o trabalho de colaboração com Husserl tenha sempre permitido a Fink certo espaço para sua própria contribuição, é inegável que o peso e a influência de Husserl exerceram, ao mesmo tempo, um efeito limitante e restritivo sobre o jovem Fink.
Referências
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