A palavra em psicoterapia: Uma compreensão fenomenológica hermenêutica da fala e da vida.
DOI:
https://doi.org/10.62506/phs.v5i1.188Palavras-chave:
Psicoterapia, Fenomenologia Hermenêutica, Ocorrência ou evento, Indicação formalResumo
O surgimento de pesquisas sobre fatores de mudança inespecíficos ou comuns em psicoterapia, bem como pesquisas sobre a aliança terapêutica, dão o tom e o caminho para uma tentativa de compreender o processo psicoterapêutico de forma empiricamente genérica, e de forma mais transversal do que o alcançado por meio de teorias explicativas segmentadas. Fazendo eco a este apelo, este artigo interpreta esta deriva como uma necessidade de poder abordar a psicoterapia a partir de si, na sua condição transversal de ser um fenómeno propriamente humano. Para tanto, procurou-se estabelecer um diálogo com a fenomenologia hermenêutica, em busca de categorias compreensivas que permitam sua divulgação, buscando respeitar a forma como ela é genuinamente doada. Como resultado desse diálogo, compreender a vida humana a partir de uma ontologia dinâmica do acontecimento ou ocorrência permite dar conta de sua mobilidade e também da fala em psicoterapia, como forma pela qual a existência pode encontrar intimidade consigo mesma. Essa transformação ontológica permite uma estrutura unitária, que abre a possibilidade de compreender a linguagem, a experiência e a vida, elementos desse fenômeno, como uma e única dimensão do humano.