A experiência da branquitude no Brasil uma análise do filme “Que horas ela volta”
DOI:
https://doi.org/10.62506/phs.v4i2.170Palavras-chave:
Branquitude, Raça, Cinema, Fenomenologia, Sociedade brasileiraResumo
Apesar do discurso falacioso de democracia racial, o racismo presente no Brasil afeta cotidianamente milhares de pessoas. No entanto, o estudo da branquitude enquanto a identidade racial branca que está relacionada a uma posição social privilegiada frente a pessoas classificadas como não brancas é ainda inicial no campo da fenomenologia. Diante disso, este trabalho se propôs a pensar o tema e usou um filme de grande audiência nacional, a obra “Que Horas Ela Volta?”(2015) como dado de pesquisa. Foi realizada uma análise fílmica com enfoque fenomenológico acerca dos aspectos da branquitude presentes no cinema brasileiro e as seguintes unidades de significado foram encontradas e analisadas: superioridade branca, encontro com a mulher racializada e fragilidade branca. O contexto do filme em que as interações se dão dentro de uma relação empregadora-trabalhadora doméstica traz características específicas para a vivência da branquitude e deixam situações de racismo invisibilizadas.
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