PROMOÇÃO DA SAÚDE E SEUS PRIMEIROS FUNDAMENTOS: QUESTÕES HISTÓRICAS E FENOMENOLÓGICAS
DOI:
https://doi.org/10.62506/phs.v2i3.140Palavras-chave:
Promoção da Saúde, Epistemologia, História, Saúde PúblicaResumo
A presente investigação teve como objetivo realizar uma análise histórica e epistê-mica do conceito de Promoção da Saúde e sua respectiva compreensão de Sujeito. Tomou-se como objeto de estudo a Carta de Ottawa, de 1986, e suas influências históricas-políticas do século XX. Como Método de investigação, realizou-se uma análise hermenêutica, tomando como suporte a estratégia metodológica de Gadamer com o auxílio de uma revisão bibiliográ-fica de historiadores do mesmo século, usufruindo destes segundos dados como um crivo ana-lítico ao documento. Como resultado, foi possível identificar que a Saúde Pública transformou o seu Sujeito em uma individualidade, fixado no mundo por determinantes. Por sua vez, não se pode afirmar indubitavelmente quem é o tal Sujeito da saúde pública, mas crê-se fielmente que transformando seu contexto social, a partir de uma idealidade posta anterior à própria pessoa, chegar-se-á em uma perfeição. O que se pode afirmar sobre este Sujeito é que o mesmo é tratado como o sujeito da técnica, indivíduo estático no mundo, mero produto das aplicações.
Referências
Almeida, T. S. (2016). História da Medicina e história das ideias: de Sigerist a Canguilhem. Revista da História In-telectual, 2(1), 68-83. Retirado em http://www.revistas.usp.br/revistaintelligere/issue/view/8634/678
Ayres, J. R. de C. M. (2001). Sujeito, intersubjetividade e práticas de saúde. Revista Ciência & Saúde Coletiva, 6(1), 63-72. Retirado em https://www.scielosp.org/pdf/csc/2001.v6n1/63-72/pt
Buss, P. M. (2000). Promoção da Saúde e qualidade de vida. Ciência & Saúde Coletiva, 5(1), 163-177. Retirado de http://dx.doi.org/10.1590/S1413-81232000000100014.
Becker, D. (2001). No seio da família: amamentação e promoção da saúde no Programa de Saúde da Família. Dissertação de mestrado, Fundação Oswaldo Cruz, Rio de Janeiro, RJ, Brasil. Retirado em https://portalteses.icict.fiocruz.br/transf.php?script=thes_cover&id=000040&lng=pt&nrm=iso
Canguilhem, G. (1978). O normal e o patológico. Rio de Janeiro: Forense Universitária. (Obra original publicada em 1966).
Clark, E. G. (1976). Planejamento para a Saúde Comunitária. In Leavell, R. H & Clark, E. G. (Org.) Medicina Preventiva (1a ed., pp. 666-677, Donnagelo, M. C. F., Goldbaum, M. & Ramos, U. S., Trad.). São Paulo: McGraw-Hill. (Obra original publicada em 1965).
Cueto, M. (2004). The origins of Primary Health Care and Selective Primary Health Care. American Journal of Public Health, 94(11), 1864-1874. Retirado em https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC1448553/
Evans, R. J. (2016). A Chegada do Terceiro Reich (3a ed., trad. Brito, L.). São Paulo: Crítica. (Obra original publicada em 2003).
Gadamer, H.-G. (2015). Verdade e Método: traços fundamentais de uma hermenêutica filosófica (15a ed., trad. Meurer, F. P.). Rio de Janeiro: Vozes. (Obra original publicada em 1960).
Gilbert, M. (2016). A história do Século XX (1a ed., Trad. Barcellos, C. e Alves, E. de C.). São Paulo: Crítica. (Obra original publicada em 2001).
Gaddis, J. L. (2005). História da Guerra Fria (1a ed., Trad. Vieira, G.). Rio de Janeiro: Nova Fronteira.
Hobsbawn, E. (2002). Tempos Interessantes: uma vida no século XX (1a ed., Trad. Duarte, S.). São Paulo: Companhia das Letras.
Hobsbawn, E. (2017). A Era dos Extremos: o breve século XX - 1914-1991 (2ª ed., Trad. Santarrita, M.). São Paulo: Companhia das Letras. (Obra original publicada em 1994).
Husserl, E. (2012). Investigações lógicas: segundo volume, parte I investigações para a fenomenologia e a teoria do conhecimento (1a ed., Trad. Alves, P. M. S. e Morujão, C. A.). Rio de Janeiro: Forense Universitária. (Obra original publicada em 1904).
Husserl, E. (2013). Meditações Cartesianas e Conferências de Paris (1a ed., Trad. Alves, M. S. Pedro). Rio de Janeiro: Forense Universitário. (Obra original publicada em 1929).
Holanda, A. F. (2011). Fenomenologia do “cuidado”: reflexões para um olhar sobre o binômio saúde-doença. In Peixoto, A. J. & Holanda, A. F. (Org.) Fenomenologia do cuidado e do cuidar (1a ed., pp. 67-84). Curitiba: Juruá.
Illich, I. (1975). Limits to Medicine - Medical Nemesis: the expropriation of health (2a ed.). Marion Boyars, Londres.
Lalonde, M. (1974). A new perspective on the health of Canadians. Ottawa, ON: Minister of Supply and Services Canada. Retirado em Public Health Agency of Canada website: http://www.phac-aspc.gc.ca/ph-sp/pdf/perspect-eng.pdf
Leavell, R. H & Clark, E. G. (1976a). O que é Medicina Preventiva. In Leavell, R. H & Clark, E. G. (Org.) Medicina Preventiva (1a ed., pp. 3-11, Donnagelo, M. C. F., Goldbaum, M. & Ramos).
Minayo, M. C. de S. (2001). Estrutura do sujeito, determinismo e protagonismo histórico: uma reflexão sobre a práxis da saúde coletiva. Rev. Ciência e Saúde Coletiva, 6(1), 7-19. Retirado em http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S141381232001000100002&lng=pt&tlng=pt
Ricoeur, P. (1988). O Conflito das Interpretações (Correia, M. F. S., Trad.). Porto: RÈS Editora. (Obra original publicada em 1969).
Roberts, J. M. (1999). Twentieth Century - The History of The World, 1901 to 2000. New York: Viking.
Sigerist, H. E. (1946a). The Social Sciences in the Medical School, H. E. The University at the Crossroads: Address & Essays (1a ed., pp. 127-142). New York: Henry Schuman.
Sigerist, H. E. (1946b). The Study of Medicine in Wartime, H. E. The University at the Crossroads: Address & Essays (1a ed., pp. 80-91). New York: Henry Schuman.
Silva, L. M. de O., Mattos, F. A. M. de (2009). Welfare State e emprego em saúde nos países avançados desde o Pós-Segunda Guerra Mundial. Revista de Economia Política, 3(115), 135-152. Retirado em http://www.scielo.br/pdf/rep/v29n3/a08v29n3.pdf
WHO / Brazil (1946). Constituição da Organização Mundial da Saúde. Nova Iorque, 1946. Retirado em http://www.direitoshumanos.usp.br/index.php/OMS-Organiza%C3%A7%C3%A3o-Mundial-da-Sa%-C3%BAde/constituicao-da-organizacao-mundial-da-saude-omswho.html
WHO / Brazil (1978). Declaração Alma-Ata. Alma-Ata, URSS, set, 1978.
WHO / Brazil (1986). Carta de Ottawa pela Promoção de Saúde. Primeira Conferência Internacional sobre Promoção de Saúde. Ottawa, Canadá, 1986.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2022 Phenomenology, Humanities and Sciences
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.