SER-E-ESTAR-ENTRE: A CONDIÇÃO INTERSUBJETIVA DA RELAÇÃO TERAPÊUTICA
DOI:
https://doi.org/10.62506/phs.v2i3.106Palavras-chave:
Intersubjetividade, Psicoterapia, Relação Terapêutica, FenomenologiaResumo
O objetivo deste estudo teórico é propor um modelo de compreensão da relação terapêutica por meio da análise da esfera ontológica do ser-entre (condição ontologicamente intersubjetiva da subjetividade) e a esfera do estar-entre (condição ôntica do estar em relação). Oito elementos são considerados constitutivos dessa relação: intersubjetividade, empatia, comunicação, técnica, queixa, historicidade, temporalidade e sentido. Por meio da análise crítica desses construtos teóricos, propõe-se romper com a concepção de que a psicoterapia parte de uma visão subjetivista, monológica e atemporal. Demonstra-se que a relação terapêutica é um encontro dialógico e intersubjetivo, inserido na historicidade e na temporalidade, em que terapeuta e cliente, mediados pela comunicação e orientados por um modelo psicoterápico específico, constroem sentidos sobre o sofrimento e a queixa terapêutica. O modelo de compreensão proposto evidencia o potencial epistemológico e metodológico de investigação que poderá integrar diferentes tradições na pesquisa qualitativa como a fenomenologia, o construcionismo e a linguística. Por fim, são apontadas propostas empíricas e metodológicas de geração e análise de dados, evidenciando que uma prática psicoterápica pautada no “entre” é o caminho necessário para uma a clínica que pretende-se de base fenomenológica.